yoga e agroecologia experimental

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Yoga é Resistência

Autor: Goura Nataraj Das

Em todos os momentos em que damos o melhor de nós mesmos não trabalhamos. O trabalho é apenas um meio para esses momentos.

Nietzsche, Sabedoria para depois de amanhã

É comum entendermos o yoga, bem como toda manifestação cultural diferente da nossa, de acordo com nossos próprios padrões de percepção do mundo. Vemos desta forma que toda prática de ascese, de purificação, de busca da iluminação que é expressa pela palavra yoga, costuma ser entendida de forma leviana ou tem sua importância minimizada. No fundo, é simplesmente mal-compreendida. Ou, melhor dizendo, não encontra ouvidos adequados para sua mensagem. Nós, os yogins, muitas vezes nos satisfazemos com a manutenção do bem-estar, a eliminação de alguns estados doentios da mente e do corpo e o restabelecimento de um certo equilíbrio em nossa vida psíquica e física. Ir além disto, colocar a ênfase nos aspectos mais críticos e profundos do yoga, não costuma ser algo feito ou objeto de estudo.

No entanto, ao fazermos este procedimento retiramos a essência da pratica do yoga e mantemos apenas sua forma externa, sua cobertura. Pois a essência das coisas esta nelas como as sementes de um fruto para o fruto inteiro. Das oito partes do yoga (aṣtānga yoga) descritas no Yoga Sutra, ficamos, quando muito, com uma ou duas e fazemos incursões aleatórias e descomprometidas nas demais que são, apesar disto, o verdadeiro objetivo da prática. O caminho óctuplo inicia nas prescrições e proscrições morais, segue nas práticas de purificação e fortalecimento do corpo e mente, e prossegue nas técnicas de meditação.

É imperativo reconhecer o yoga como um processo de despertar de nossa verdadeira natureza (svārupa – a razão seminal de nossa existência) e de questionamento sobre o propósito, a origem e a dissolução da existência.

Na filosofia estóica dois valores aparecem como a meta dos esforços dos pensadores: a liberdade e a felicidade. Acredito que podemos também aplicar tal consideração quando refletimos sobre o yoga. A libertação dos condicionamentos e das misérias, bem como a realização da mais profunda felicidade, também são metas de um yogi. Para tentar comprovar isto basta observarmos o valor que o yoga concede a termos tais como mokṣa (liberdade), kleṣa (sofrimento) e ānanda (bem-aventurança).

É um grande abismo que separa estas concepções daquelas outras tão vigentes nos dias de hoje, que vêem o yoga, ora como uma anestesia espiritual, um calmante, um sedativo usado para ajudar as pessoas a lidarem com as dores e ansiedades do mundo, mas sem se preocuparem em questionar a causa, sem instigar mudanças, críticas e transformações; ora como um método de potencialização do poder de desfrute, a forma comum do feroz hedonismo dos tempos modernos, o assim chamado tantra da pós-modernidade, que distorce conceitos, confunde coisas com as quais não está, de forma alguma, familiarizado e persevera na manutenção de padrões alienados de vida. Aquele que vai entrando no universo do yoga logo vai se deparando com tais questões e reconhecendo a natureza e as dificuldades inerentes do projeto no qual está embarcando.

Defendemos, contudo, a necessidade de um questionamento constante sobre a maneira pela qual interpretamos o yoga. O verdadeiro yogi está, até certo ponto, num embate com o mundo. Na verdade, o sentimento do yoga tal como todo sentimento filosófico nasce de uma inquietude com a realidade, um desconforto e uma desconfiança com a norma vigente e com as formas de interpretar esta norma. O yogi declara guerra à ignorância, à ilusão, e desta forma não consegue mais sentir-se plenamente a vontade co-habitando na mentira, dividindo seu espaço com ela. Como afirma Kṛṣṇa na Gītā:

"Aquilo que é noite para todos os seres é a hora de despertar para o auto-controlado; e a hora de despertar para todos os seres é noite para o sábio introspectivo."

Numa sociedade que não está preocupada de fato em questionar as origens e causas da existência, que não valoriza a evolução espiritual e que coloca toda sua escala de valores numa balança que pende sempre para o lado de um materialismo cego e antropofágico, que exige constantes e crescentes sacrifícios para que possa se manter em movimento, toda preocupação com o espírito, a crítica, a criatividade, a paz mental e o contentamento, coisas que contradizem a ética predominante do trabalho e da produção, é uma manifestação de oposição.

Ou como diz Herman Hesse:

“À nossa falta de inclinação para ganhar dinheiro e para empreendimentos materiais corresponde, em nossos antípodas – os empresários e agiotas – à ausência de uma dimensão poética da alma.”

Yoga é na Bhagavad Gītā um ato de retirar-se em si, de conquista de si. Em sânscrito podemos pensar no composto Ātmavan. ātma é o ser, o eu transcendental, e van um sufixo que indica posse, como em śrāddhavan, o que tem fé. Ātmavan é aquele que é senhor de si, que não se perdeu, que realizou o ātma, que alcançou o conhecimento e a realização do ātma. Isto pode nos trazer a mente algumas questões percorridas por Foucault. O filósofo francês Michel Foucault deu uma série de aulas na década de 80 na qual retomou um questionamento antigo, dos gregos e romanos, sobre um termo que ele traduziu como ‘cuidado de si’.

“O cuidado de si implica uma certa maneira de estar atento ao que se pensa e o que se passa no pensamento.”

Trata-se de uma mudança de foco, de um redirecionamento da consciência. Ao invés de se deixar levar cegamente pelos chamados dos objetos dos sentidos, de tudo aquilo que está fora de nós, do mundo de nomes e formas, o sujeito passa a tratar com mais consideração o seu universo interno e a relação que as coisas do exterior tem com as ‘coisas’ do interior. O cuidado de si é expresso ainda em varias fórmulas tais como ocupar-se consigo mesmo, retirar-se em si mesmo, sentir prazer em si mesmo, permanecer em companhia de si mesmo, ser amigo de si mesmo, estar em si como numa fortaleza, respeitar-se, etc. Alguém poderia argumentar contrariamente: ‘Trata-se, então, de um culto ao ego?’ A resposta é que o voltar-se a si é sempre entendido de forma positiva, não é questão de incapacidade de se posicionar no mundo, de frustração ou de uma rebeldia sem sentido. A mesma idéia que aparece, como vimos acima, na Gītā.

Voltar-se a si é o movimento de busca da identidade verdadeira do ser. É a recusa às respostas formatadas e vazias que recebemos de todos. Imaginemos um teatro onde os atores, de tanto executarem inúmeros papéis, já se perderam e não sabem mais quem são. Isto é o mundo em que vivemos. Os papéis que representamos na vida e através dos quais costumamos nos definir são transitórios e não preenchem todas as potencialidades de nosso ser; quando perguntamos a alguém: ‘Quem é você?’ – a resposta normalmente virá como uma expressão desta ignorância – ‘sou um homem brasileiro’, ‘tenho 47 anos’, ‘sou a mãe de 2 filhos’, ‘sou um professor’, ‘sou um atleta’, etc. Como se os papéis de um ator o definissem!

De fato é difícil pensar em respostas positivas, pois quando vamos retirando o que é contingente, o que não é necessário, pouca coisa, ou quase nada, resta. É por isto que Śankara (788-820) e outros mestres disseram que o ātma, o ser, é definido pelo que ele não é: ele não é isto que é limitado pelo corpo e pela mente; ele não é isto que nasce, cresce, envelhece e morre.

Os versos do Nirvana de Śankara desenvolvem esta idéia:

'Não sou mente nem razão, não sou ego, não sou audição, nem paladar, olfato e nem visão; não sou espaço nem terra, não sou fogo nem ar. Eu existo em plenitude, em forma de consciência e felicidade' (Nirvana Ṣatkam)

O yoga afirma que a causa do sofrimento do ātma no mundo material é seu afastamento, sua ruptura com a realidade suprema. Os devotos de Kṛṣṇa pensam na separação entre Rādhā e Kṛṣṇa, como o símbolo da alma que anseia pelo amor e liberdade da união com o ser amado. Os devotos de Śiva talvez recordem da união entre Śiva e Śakti, representada muitas vezes no ato da cópula. Os estudantes do vedanta meditam na relação da consciência individual (ātma) com a consciência cósmica (paramātma).

Em todo caso, o sentimento de separação nasce da ignorância do que somos, de nossa identidade primeira, e é nossa ruptura rumo ao limitado, finito e individual. Em Schopenhauer esta ignorância recebe o nome de vontade, a fome infinita que caracteriza todas as coisas. Confundido pela situação de apego e aversão, de querer e não-querer, o sujeito nasce sem saber o que deve fazer ou o que deve conhecer. Sofre no mundo dos nomes e das formas.

Em ultima análise o mundo é aquilo que projetamos ou queremos que ele seja. Não existe mundo sem projeção, sem representação, sem interpretação. Uma pessoa que por seus condicionamentos vê uma sombra trágica em todos os acontecimentos, não irá ver o mundo de outra forma. Outro pode observar o mundo como uma comédia e toda tragédia apenas como aparência. Schopenhauer vai afirmar, desta forma, a ‘terrível verdade’ de que ‘o mundo é a minha vontade’. Ou seja, que de acordo com meus desejos irei ter um mundo, o meu mundo. A percepção que temos das coisas está ligada com a maneira pela qual travamos um contato com elas. A interface do sujeito com o objeto se dá pela vontade, esta define e orienta o sentido da ação do indivíduo. Lembrando de Epiteto: “O que perturba os homens não são as coisas, mas o julgamento que fazem sobre as coisas”.

Assim, vemos com clareza por que o yoga propõe uma revisão de nossos desejos, uma purificação dos elementos do corpo e a eliminação de preconceitos, pensamentos dogmáticos e condicionamentos de toda espécie. Tais atividades e posturas não possibilitam um conhecimento que não esteja condicionado pela vontade, diria Schopenhauer, ou pela ignorância, diriam os vedas.

Tarefa fácil? Não. Nem um pouco. Mas a única digna de receber a maior parte de nossos esforços. Pois colocando a ênfase no essencial ou necessário, o secundário ou contingente se manifesta como conseqüência. Num mundo onde as pessoas procuram esquecer de si com cada vez mais freqüência, onde a alienação se torna a regra, o medo e a insegurança prevalecem e os relacionamentos são cada vez mais pautados pela superficialidade e hipocrisia, buscar o desenvolvimento de nossa ‘paisagem interior’ é estar em franca oposição à tudo aquilo que empobrece o espírito. O yoga se torna e se traduz como resistência.

Aprendizados da Mãe Índia

Em nossa estadia na Índia encontrei algo muito forte que desconhecia em mim: a devoção. Entendi que a entrega a essa força superior e sutil pode não ser explicada racionalmente, mas é profundamente sentida pelo coração.

Durante o retiro de Natal do Sivananda Ashram, do qual tivemos a honra de participar, muito se falou sobre o ensinamento do Vedanta, que compreende que todos somos um: “Tudo isto é verdadeiramente Brahman (realidade (Sat), consciência (Cit) e beatitude (Ānanda).” Nas palestras inspiradoras dos swamis, eles relembravam o quão próxima está a palavra de Cristo daquela dos santos hindus. E nós vimos como Cristo é abraçado por uma tradição que integra os mais variados mestres e valida diversas experiências no caminho da iluminação.

Altar do Sivananda Ashram (Divine Life Society)
Templo de rua em Goa

Fui então buscar O Sermão da Montanha segundo o Vedanta, comentado por Swami Prabhavananda, com trechos que revelam sua profundidade. “No Evangelho segundo São Lucas, lemos: “O reino de Deus não tem aparência ostensiva; nem se poderá dizer: ei-lo aqui ou ei-lo ali! Porque o reino de Deus está dentro de vós.” Numa vida de Yoga é exatamente o que buscamos, conectar-nos com nossa essência serena e plena, que nos define. Como o lembrete do apóstolo Paulo aos Coríntios: “Ignorais acaso que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?“

Swami Yogaswarupanandaji, presidente da Divine Life Society

E para o hinduismo é o véu de Maya, da ilusão, o que nos afasta de enxergar a realidade como ela é, é como se a nossa luz fosse encoberta pelas trevas, e tivesse então que ser re-descoberta, apesar de ter sempre brilhado. E o sermão da montanha prossegue: “E a luz brilhou nas trevas, e as trevas não a compreenderam”. A luz de Deus brilha, mas o véu de nossa ignorância esconde essa luz. Esta ignorância é uma experiência direta e imediata. Só pode ser removida por outra experiência direta e imediata – a realização de Deus. A diferença entre a ignorância e a realização de Deus, segundo Buda, é como a que existe entre o sono e o despertar”.

Retrato em visita a Udaipur

Harih Om. Tat Sat.

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Retiro Reconexão e Purificação

5 a 7 de junho de 2020 – Caldas-MG

O Retiro Reconexão e Purificação é um convite a uma pequena pausa e silêncios.

Uma maravilhosa oportunidade para quem busca novos caminhos. Quando não sabemos o que fazer ou que caminhos seguir, a melhor opção é parar. 

Estamos mudando a cada segundo e essas mudanças requerem um tempo de observar, sentir e escutar.

No Retiro Reconexão e Purificação você terá a oportunidade de se lançar na busca de sua verdadeira essência, através de práticas de Yoga, meditações (Sufi, silenciosa, ativa), Lian Gong, banho de gongo, caminhadas serenas, danças circulares e merecidas pausas para contemplar seu momento.

Este retiro é indicado também para pessoas que nunca praticaram yoga. Caso você tenha alguma questão de saúde – como por exemplo, problemas cardíacos, de hipertensão, diabetes, etc –  pedimos que nos consulte antes de se inscrever. 


Programação

  • Chegada: às 18h de sexta-feira, dia 05 de junho de 2020
  • Encerramento: às 14h de domingo, 07 de junho de 2020, após o almoço. 

Estaremos em silêncio a partir do jantar até o final da primeira prática da manhã. Convidamos as/os participantes a fazerem o mesmo. 

Local – Lumni

Em meio à paisagem rural, tranquila e montanhosa de Caldas, MG, o local foi cuidadosamente escolhido para que em contato com a natureza você possa relaxar e desfrutar de momentos de profunda conexão interior.

Acesse a página para conhecer o Lumni: https://www.facebook.com/espacolumni/ 

Alimentação

Neste retiro, a alimentação será amorosamente preparada com foco na desintoxicação e na regeneração de todas as dimensões do seu corpo. Serão utilizadas receitas com alimentos vindos, em sua maioria, da agricultura familiar. 

Hospedagem

Quartos de casal e coletivos com banheiros privativos.

O que trazer  

  • Tapete para yoga (caso tenha), manta para se cobrir (caso tenha) e almofada para sentar-se em meditação;
  • Roupa de cama (inclusive cobertor) e banho: 
  • Roupas leves e confortáveis para as práticas; 
  • Produtos de higiene pessoal e repelente natural; 
  • Bikini ou sunga e canga; 
  • Agasalho para as noites (costuma esfriar nesta época);
  • Meias ou pantufas para usar na sala de prática; 
  • Caderno para anotações.

O que inclui o retiro

  • Todas as atividades; 
  • Alimentação purificadora desde o início, na sexta, até o encerramento, no domingo;
  • Estadia em quarto de casal ou quarto compartilhado

Investimento

        Opção 1: R$ 710 divididos em até duas vezes

        Opção 2: R$ 890 divididos em até quatro vezes

Atenção: sua inscrição estará garantida mediante o envio do comprovante de transferência ou pagamento do boleto da primeira parcela. As demais parcelas deverão ser realizadas por meio de cheques pré-datados.

A fim de assegurar a qualidade do retiro, o número de vagas é limitado.
Reserve e garanta a sua vaga! 

Você pode se inscrever neste link.

Facilitadores

Leila Rita

Leila tem mais de 30 anos de experiência como professora de Yoga e terapeuta holística. Atua como focalizadora de danças circulares, jogos cooperativos, educação em valores humanos, cultura de paz e sustentabilidade há mais de 20 anos. Especialista em estruturar e motivar grupos dos diversos setores, dedica-se à elaboração e execução de projetos que visam o reconhecimento, o desenvolvimento e elevação do potencial humano enquanto indivíduo e comunidade, seguindo princípios da ética, da comunicação não violenta, do respeito às diferenças e da sustentabilidade. As dinâmicas que utiliza promovem a reflexão e construção do conhecimento e do desenvolvimento humano com consciência, despertando, no indivíduo e no grupo, o compromisso e a responsabilidade na construção de um mundo mais harmônico, justo e sustentável.

Lila Almendra

Mestra em Ciências Sociais, Lila adentrou o mundo do Yoga há mais de dez anos, tendo estudado com os professores Mahavir Thury, David Lurey, Mirjam Wagner, Raquel Peres, Cris Pitanga e Pedro Kupfer. Formada em Hatha Vinyasa Yoga, Yoga restaurativa e Yoga para crianças, se dedica atualmente ao estudo do Vedanta e da Ayurveda — filosofia milenar que é a raiz e o fundamento do Yoga, junto à ciência da vida indiana, respectivamente. Lila acredita que uma vida de Yoga tem o potencial de expressar a felicidade que já somos.  

Vinicius Brand

Vinicius é professor de yoga há mais de 10 anos, e ensina hoje na cidade de Caldas (MG) junto com sua esposa, a professora Lila Almendra. Vinicius começou a praticar meditação budista há mais de 20 anos e desde lá tem utilizado o conhecimento do yoga como sistema filosófico e prático. Vinícius é professor de Hatha Yoga, Kundalini Yoga e Yoga Tibetana. Para ele, as práticas de yoga e de meditação são ferramentas simples, acessíveis e poderosas, que podem ser aprendidas e utilizadas por qualquer pessoa que queira viver uma vida mais plena, consciente e feliz.

Sugestão

Para que você aproveite melhor o retiro, sugerimos que deixe o celular desligado durante todo o período, e procure não acessar a internet. Pedimos para que se antecipe às urgências, antes do retiro, avisando a seus familiares, conhecidos e colegas de trabalho.
 

A sua presença em nosso retiro será de grande alegria. 

Nos mantemos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Você pode se inscrever neste link.

Namaste.

Leila, Lila e Vinicius

yogameditacaocaldas@gmail.com
Acesse o evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/206606774021842/

Informações sobre o retiro de Yoga em Pocinhos do Rio Verde – 27 a 29 de abril de 2018

Intenção – Propósito do Retiro

Este retiro será uma vivência de yoga e meditação onde serão ensinadas técnicas de yoga simples que todas e todos possam levar para seu dia a dia.

Com ajuda do silêncio (interno e externo), das técnicas de yoga e meditação, e também de uma alimentação equilibrada, o fio condutor de nosso encontro será a limpeza em várias dimensões (física, mental, digital, etc), também chamada de detox.

Este retiro é indicado também para pessoas que nunca praticaram yoga e que tenham, de maneira geral, uma boa saúde. Caso a pessoa tenha alguma questão de saúde – como por exemplo, problemas cardíacos, de hipertensão, diabetes, etc –  pedimos que nos consulte antes de se inscrever.

Alimentação

O alimento oferecido durante o retiro é fresco e vegetariano, escolhido e preparado com cuidado especial para o propósito de facilitar no processo de desintoxicação. Pedimos que todos o aceitem sem discriminação.

Hospedagem

A Rosa dos Ventos é uma casa de acolhida que fica em meio à paisagem rural, tranquila e montanhosa do sul de Minas Gerais. Os quartos disponíveis para nosso retiro são coletivos: teremos alguns quartos para casais e também quartos com camas de solteiro. A Rosa estará fechada exclusivamente para a realização deste retiro.

Isolamento

Para aproveitar melhor este período de meditação, sugerimos que você deixe o telefone celular desligado durante todo o tempo do retiro, não faça acesso à internet. Pedimos para que você se antecipe às urgências, antes do retiro, avisando seus familiares, conhecidos e colegas de trabalho.

O que trazer:  

Roupa de cama (inclusive cobertor) e banho: produtos de higiene pessoal; bikini ou sunga e canga; agasalho para as noites (costuma esfriar nesta época); roupas leves e confortáveis para as práticas; caderno para anotações, tapete para yoga (caso tenha) e almofada para sentar em meditação.

Algumas de nossas atividades serão:

  • Hatha Yoga, Kundalini Yoga, Sarva Yoga, Yoga Tibetana, Yin Yoga;

  • Meditação ativa (respiração, mantras), silenciosa, andando;

  • Massagem;

  • Banho de gongo;

  • Danças circulares e fogueira com mantras (a confirmar).

Programação*:

* sujeita à alteração

SEXTA – 27/04/2018

 

18h

Chegada – acolhida dos participantes – lanche

19h30 – 21h

Introdução, conversa, combinados, meditação e gongo

21h

Encerramento das atividades, recolhimento

 

SÁBADO – 28/04/2018

 

6h

Despertar

7h – 9h

Yoga e Meditação

9h – 10h

Desjejum

10h – 12h30

Atividades: Dança/massagem/meditação/roda de conversa

12h30 – 14h30

Almoço e descanso

14h30 – 16h

Atividades: Caminhada/meditação/arte/criação/dança circular

16h – 17h30

Yoga Kundalini e Meditação

17h30 – 19h

Lanche, banho e horário livre

19h – 20h

Yin Yoga

20h – 21h

Fogueira com mantras

 

DOMINGO – 29/04/2018

 

6h

Despertar

7h – 9h

Yoga Tibetana, meditação

9h – 10h

Desjejum

10h – 12h30

Atividades de encerramento


Investimento:

Opção 1 = R$ 350,00 à vista;

Opção 2 = R$ 440,00 parcelado em 3x , sendo que a primeira parcela (R$140,00) deverá ser depositada até o dia 27/04, o que garantirá sua inscrição. As demais parcelas (R$ 150,00 cada) serão efetuadas através de cheques pré-datados para 27/05/2018 e 27/06/2018.

 

Inclusos no valor estão a hospedagem, a alimentação e todas as práticas do retiro.

 

Para confirmar a sua participação, pedimos a gentileza de preencher este formulário:

https://goo.gl/forms/TUecvANGL6EOwt1n1

 

Após o preenchimento, favor nos enviar por e-mail o comprovante de depósito na conta do Banco do Brasil

 

Com votos de um ótimo dia, esperamos que possa se juntar a nós nessa jornada.

 

Namaste!

Meditação no cotidiano, por Bhante Bodhidhamma

Uma boa ideia seria tornar uma das “perfeições (paramis)” a sua prática especial. Digamos que seja a paciência: “fico impaciente comigo e com os outros”; “fico facilmente irritado e raivoso”. Então que seja essa a minha prática especial. À medida que desenvolvemos uma “perfeição”, descobriremos que toda a personalidade é afetada e todas as outras “perfeições” também são aprimoradas…

Uma vez que estabelecemos uma disposição meditativa básica, por assim dizer, no cotidiano, podemos ser mais proativos e tomar a ofensiva; e procurar técnicas que melhorarão ao máximo nossas vidas.

A primeira coisa a fazer é lidar com o “abacaxi”. Todos nós temos hábitos ou traços de personalidade que adoraríamos perder. Poderia ser um hábito forte, como fumar, ou um incômodo social, como falar em voz alta ou o hábito de sempre opinar. A primeira coisa é tomar a resolução de mudar. Então precisamos usar nossas técnicas de auto-observação. (Aqui um diário pode ser muito útil para observar quando, onde e com quem o hábito se torna mais provável de ocorrer).

À medida em que nos damos conta de quando o hábito ocorre, podemos formar estratégias – em primeiro lugar, para que elas não sejam superadas pelo mau hábito, e em segundo lugar, para que possamos minar seu controle sobre nós. Meu pai costumava fumar quarenta cigarros por dia, seu sangue era puro alcatrão. Ele também cantava em um coral, mas precisou parar por causa das contínuas dores de garganta. O médico na época – isso foi há cinquenta anos – o aconselhou a parar de fumar caso quisesse continuar cantando. E ele conseguiu: atingiu o hábito onde mais doía. O cigarro mais difícil de abandonar foi o de depois do almoço, quando, ao se sentar e relaxar, talvez até cochilasse. E decidiu que, em vez de ficar irritado com os outros, levaria a irritação para o piano. Ele não só nunca fumou desde então, como também se tornou exímio pianista.

Esta é uma ação positiva. Dói, demanda bastante trabalho, mas funciona! Quais são os fatores envolvidos? Em primeiro lugar uma percepção sobre os danos de um certo hábito. E em seguida a firme determinação para mudá-lo. Depois disso, vem a estratégia. E então, o mais importante, o prêmio! Meu pai voltou ao coral que amava.

Mas não é só contra o nosso lado negativo que devemos tomar a ofensiva; devemos colocar a energia no lado melhor de nossas personalidades também. Precisamos definir a mente como “positiva” desde os primeiros momentos do dia. Após a prática de meditação da manhã, devemos praticar metta, bondade amorosa. Metta significa boa vontade, bondade amorosa aberta, cuidado, um amor universal imparcial. Novamente, é tomando uma decisão interior, e sugerindo a si mesma/o uma maneira melhor de ser, que o terreno para a determinação resoluta se estabelece.

Ao definir a mente como sintonizada na boa vontade, a boa vontade vai automaticamente surgir uma vez que os estados negativos passem. E essa boa vontade é quase como um escudo contra as respostas negativas habituais, como a raiva; e permite que o coração sinta as coisas do ponto de vista do outro.

Agora, nesta prática, é muito importante ser capaz de oferecer amor a si mesmo. No início, a maioria das pessoas pensa que isso é egoísta, mas, na verdade, é autocuidado. Essa é a diferença entre comprar roupas para se manter quente e comprar roupas para acompanhar a moda. Ter consciência da diferença entre autocuidado e autoindulgência é crucial para subestimar qualquer sentimento de ódio que possamos ter em relação a nós mesmos. Assim como podemos cuidar e confortar os outros, da mesma forma podemos nos cuidar e confortar.

Uma vez que nossas personalidades e relacionamentos são interdependentes e inter-relacionados, essa melhoria do ‘eu dentro de mim’

Até aqui, falamos nos níveis psicológico e social, mas como tudo isso levaria à percepção espiritual, à experiência do supramundano além do corpo e da mente? Todo o processo de esforço contínuo de conscientização tem a ver com a purificação da mente. Quando a mente é pura, as faculdades espirituais (confiança, esforço, concentração, consciência e sabedoria) podem surgir, e, consequentemente, o conhecimento intuitivo pode emergir. Assim, é através do desenvolvimento da vida meditativa que a nossa libertação do sofrimento se assegura.

Bhante Bodhidhamma
Diretor espiritual do Satipanya Buddhist Trust , Bhante Bodhidhamma é monge há 20 anos.

Praticando como leigo:

“No final dos anos setenta comecei a meditar na tradição Soto Zen com minha primeira professora budista, Vajira Bailey, em Birmingham. Em agosto de 1979, me submeti a Jukai e me comprometi ao budismo como um zen budista, em Northumberland.

Durante esse período, eu morava em Birmingham, onde um monge birmanês, Ven. Dr. Rewata Dhamma, tinha montado um Vihara. Eu passei a visitar e me inscrevi num curso de meditação da técnica vipassana com Achaan Sumedho (agora Monge Chefe da tradição da floresta tailandesa, no Centro Budista Amaravati perto de Hemel Hempstead). Essa experiência me convenceu de que Vipassana era a técnica que mais atendia às minhas necessidades.”

Tradução de Lila Almendra
Texto retirado do website: https://buddhismnow.com/

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